Esta parte do texto de Regina Hara:
“A alfabetização é um processo que leva ao domínio do código escrito; os estudos psicolinguísticos mostram que há etapas cognitivas que o sujeito do processo passa para construir o domínio do código escrito. O homem, sujeito de sua aprendizagem, constrói seus conhecimentos nos diferentes momentos da vida e nas diferentes situações que vivencia, a escrita é um desses conhecimentos. Inscrita na leitura do mundo, a leitura da palavra é um de seus aspectos; a proposição para a construção da leitura da palavra segue o mesmo conceito da leitura do mundo, enquanto conduta de aproximação do objeto. Diferencia-se exatamente na eleição do objeto: o código escrito.
Dominar o código escrito não é o resultado mecânico de treinamentos de habilidades e coordenações. Entender a escrita como um sistema de representações que se construiu socialmente na história do homem e saber que seu domínio é um processo cognitivo nos obrigam a pensar esse objeto quando nos dispomos a atuar como alfabetizadores. A pensá-lo não apenas como usuários, mas compreendendo sua estrutura e o alcance de sua função social.”
Retrata bem o que precisamos atingir quando falamos de EJA.
È muito diferente construir o conhecimento da leitura e da escrita em seres que já tem a sua trajetória, suas vivências e experiências e que somente não tiveram a oportunidade para tal